b)
O vestido florido da mulher sorrindo
tremula lentamente contra o vento
O mesmo vento que derruba as folhas da árvore
ou as leva para perto das palavras de quem vê
Daqui o pássaro dilata a aorta
trazendo até a derradeira artéria
a lentidão com a qual ao fundo se trombosa
o aneurisma das coisas que perturbam
o vestido florido da mulher sorrindo
Tanto que em qualquer pessoa
ser no entanto e por favor
porque enquanto for
ressoa o corpo
antídoto dor
Na areia atrás do espelho
a barba feita deixa esta ferida
Seis e quarenta — o café esfria
É quando os hematomas vão surgindo primeiro na treliça do armário embutido depois no movimento de abrir a janela Anterior — o tamanho do sol verte no parapeito em úlcera e carbono a parte fisiológica do céu Por dentro o pássaro é pouso e palavra Só o líquido da espera deixa que o cérebro reparta sem promessa a cartilagem das orelhas A mesma de tubarões num mar a contrapelo onde de trás pra frente e sobre o vôo do pássaro se ossifica suturando a paisagem Embora dentro — aguarrás e bile
No hay comentarios:
Publicar un comentario